No final de 2007 assiti o documentário francês intitulado Ser e Ter. No Site do Youtube tem uma apresentação incial do filme, porém em francês. Essa semana, preparando a aula que teremos no próximo sábado e diante das discussões do último encontro, resolvi novamente assití-lo e postar o que ele me fez pensar. Pensar sobre a compelxidade e ao mesmo tempo a singularidade existentes nas relações de ensino e de aprendizagem. Num mundo tão multifacetado e com ritmos e tempos diferentes devemos pensar em modelos, padrões ou na complexidade de tudo isso?
Observar como ocorrem as práticas educativas em diferentes lugares possibilita visualizar o que denomina a cultura escolar, a cultura na e da escola, independente do país, muito se mantém das tradicionais ações escolares principalmente as relacionadas à estrutura, organização, gestão e didática.
A tensão entre inovação e a tradição se faz presente nas culturas e também na cultura escolar, isso resulta do movimento provocado pelas novas gerações, pelos novos conhecimentos. Na educação a mais insistente tensão se localiza no fazer pedagógico do professor, pois, existe a necessidade perene de utilização de diferentes metodologias e recursos didáticos e/ou tecnológicos.
Interessante como o documentário singelo e profundo mostra a singularidade e a diversidade no educar. Foi possível observar ações de inovação e de tradição no fazer do professor e organização da escola. Assim como aparente continuidade, porém latentes inovações e rupturas pontuadas por BURKE.
Primeiramente as ações de tradição educativa apresentadas no filme muito semelhantes às vivenciadas também no Brasil consistem na ida para a escola com adversidades, evidentemente diferentes das vivenciadas aqui. Uso de livros texto, metodologia do ditado, registro do percurso pedagógico em cadernos, leitura em voz alta para o professor, formação de frases a partir de recortes de palavras, inserção dos alunos novos, entre outras apresentadas no filme.
Aparentemente as ações mencionadas podem se enquadrar no que designamos como tendência pedagógica tradicional, todavia o documentário evidencia a inovação, mesmo que implícita, nessas ações pela forma como foram didaticamente utilizadas, como o professor se posicionou em seu papel de mediador do processo de ensino e de aprendizagem.
Dentre as cenas marcantes está o momento necessário de silencio vivenciado pelo aluno JOJO, também construído pelo docente e pelos alunos, diferente do impregnado mutismo do paradigma tradicional. Hoje dificilmente se consegue construir com os alunos esse momento tão importante pelo número de alunos percapita professor.
Em contrapartida as ações ditas tradicionais, mostram-se as cenas que disponibilizam os materiais com acesso aos alunos visando à construção da autonomia como num simples pegar a tesoura, organização da sala de aula em grupos por haver poucos alunos, o computador em sala mesmo se tratando de uma escola rural francesa, atenção e exploração do assunto que surge durante as aulas, as brincadeiras dos alunos e desses com o professor, as vivencias pedagógicas independente do clima, a tartaruga em sala, o aquário, os diferentes espaços de aprendizagem conotam á tradicional escola com formato ainda semelhante ao proposto pela Didática Magna o caráter de inovação, pois aproximam a escola da vida real.
Reiterando, ações simples, porém inovadoras na prática do professor são aspectos dignos de ênfase por serem alicerces de uma educação de qualidade e para a vida. As cenas de conversas com os alunos em situações de conflito, de dificuldade e com os pais mostram o caráter humano de se estar em processo educativo.
Cada vez mais, com o mundo permeado pela tecnologia, pelas mudanças sociais, nas relações interpessoais ou a escola se abre para essa necessidade ou continuará fadada ao fracasso que vivenciamos hoje: milhares de alunos em milhares de escolas “aprendendo para o futuro”?
A tensão entre inovação e a tradição se faz presente nas culturas e também na cultura escolar, isso resulta do movimento provocado pelas novas gerações, pelos novos conhecimentos. Na educação a mais insistente tensão se localiza no fazer pedagógico do professor, pois, existe a necessidade perene de utilização de diferentes metodologias e recursos didáticos e/ou tecnológicos.
Interessante como o documentário singelo e profundo mostra a singularidade e a diversidade no educar. Foi possível observar ações de inovação e de tradição no fazer do professor e organização da escola. Assim como aparente continuidade, porém latentes inovações e rupturas pontuadas por BURKE.
Primeiramente as ações de tradição educativa apresentadas no filme muito semelhantes às vivenciadas também no Brasil consistem na ida para a escola com adversidades, evidentemente diferentes das vivenciadas aqui. Uso de livros texto, metodologia do ditado, registro do percurso pedagógico em cadernos, leitura em voz alta para o professor, formação de frases a partir de recortes de palavras, inserção dos alunos novos, entre outras apresentadas no filme.
Aparentemente as ações mencionadas podem se enquadrar no que designamos como tendência pedagógica tradicional, todavia o documentário evidencia a inovação, mesmo que implícita, nessas ações pela forma como foram didaticamente utilizadas, como o professor se posicionou em seu papel de mediador do processo de ensino e de aprendizagem.
Dentre as cenas marcantes está o momento necessário de silencio vivenciado pelo aluno JOJO, também construído pelo docente e pelos alunos, diferente do impregnado mutismo do paradigma tradicional. Hoje dificilmente se consegue construir com os alunos esse momento tão importante pelo número de alunos percapita professor.
Em contrapartida as ações ditas tradicionais, mostram-se as cenas que disponibilizam os materiais com acesso aos alunos visando à construção da autonomia como num simples pegar a tesoura, organização da sala de aula em grupos por haver poucos alunos, o computador em sala mesmo se tratando de uma escola rural francesa, atenção e exploração do assunto que surge durante as aulas, as brincadeiras dos alunos e desses com o professor, as vivencias pedagógicas independente do clima, a tartaruga em sala, o aquário, os diferentes espaços de aprendizagem conotam á tradicional escola com formato ainda semelhante ao proposto pela Didática Magna o caráter de inovação, pois aproximam a escola da vida real.
Reiterando, ações simples, porém inovadoras na prática do professor são aspectos dignos de ênfase por serem alicerces de uma educação de qualidade e para a vida. As cenas de conversas com os alunos em situações de conflito, de dificuldade e com os pais mostram o caráter humano de se estar em processo educativo.
Cada vez mais, com o mundo permeado pela tecnologia, pelas mudanças sociais, nas relações interpessoais ou a escola se abre para essa necessidade ou continuará fadada ao fracasso que vivenciamos hoje: milhares de alunos em milhares de escolas “aprendendo para o futuro”?
Assim recomendo esse interessante e instigante filme! Bom deleite!
Michele Simonian
Referência:
Texto de Peter Burke: Cultura, tradição, Educação
Documentário: Ser e Ter
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